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Meios-irmãos

Quando o pai de Renato (Luis Gerardo Méndez) decide ir para os Estados Unidos em busca de trabalho, ele fica para trás com a promessa de que um dia seu pai voltará com dinheiro para construir um avião para ele.

Anos se passaram e seu pai nunca voltou. Renato agora é um empresário de sucesso, tem uma noiva e um enteado com o qual não consegue criar conexões profundas.

Para ele, pais e filhos não precisam ser melhores amigos. Uma crença construída após sofrer pelo abandono durante a sua infância.

Tudo muda quando Katherine, atual esposa de seu pai, liga para ele e conta que ele está doente, à beira da morte e quer vê-lo.

De uma hora para outra, Renato descobre que tem um irmão mais novo chamado Asher (Connor Del Rio) e os dois embarcam em uma viagem de auto-conhecimento em busca de alguém chamado Eloise.

Meios-irmãos é bom?

Esse foi um filme escolhido despretensiosamente às 22h de um sábado. A frase que eu usei especificamente foi “queria algo pra fazer haha”.

Fico feliz em compartilhar que, definitivamente, meios-irmãos foi esse algo. No entanto, há também uma névoa dramática que eu envolve o enredo destes dois irmãos que nunca haviam se encontrado.

Focando na dinâmica de personagens, Renato carrega dentro de si um rancor muito grande pelo Tio Sam. A ideia de ter que viajar para os Estados Unidos por conta de um pai que ele sequer tem amor o deixa completamente irritado.

Enquanto isso, Asher é um rapaz diferente (esquisito, de acordo com alguns), ele não consegue ser sério e fala o que vier na cabeça.

Quando se encontram pela primeira vez, sem saber quem o outro é, a interação deixa uma péssima impressão. Para completar, Asher diz à Renato, um mexicano, que ele “é contra o muro”. Causando ainda mais estranheza.

Não espanta os telespectadores o clima “tenso” que pareia o ambiente quando os dois são oficialmente apresentados no hospital.

Ao longo da trama, podemos ver o esforço de Asher para se conectar com o irmão e o esforço de Renato para manter-se o mais afastado possível. Eles são opostos e não poderiam ser mais distantes. E se depender somente de Renato, continuarão assim.

Para mim, o ponto alto desse filme vai além da dinâmica entre os dois personagens principais. De forma não tão sútil, o enredo consegue escancarar um preconceito enraizado nos norteamericanos com pessoas que são de outro país.

O ódio que o Renato carrega pelos Estados Unidos advém muito do fato do seu pai ter ido embora quando ele era criança. Mas na sua passagem breve tentando entender o que aconteceu, ele vivência de perto muitas situações semelhantes às que mantiveram seu pai longe.

Eu gosto muito da abordagem da cura de traumas e de como nossas ações refletem sim os aspectos destes mesmos eventos traumáticos.

Meios-irmãos é um filme divertido, que arranca risos e também lágrimas, mas é, principalmente, um filme que aborda o crescimento pessoal e a cura emocional de dois adultos que foram feridos durante sua infância, por conta de um terceiro adulto que não conseguia aceitar suas próprias escolhas.

É um filme que passa rápido e super vale à pena ser assistido.

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