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As Escolhas do Amor | Novo filme interativo da Netflix é bom?

Quem nunca assistiu um filme e se revoltou com uma atitude de um personagem, que atire a primeira pedra.

Quando se trata de nos colocarmos no lugar dos atores, a gente tem certeza de que faríamos melhor. Mas será que faríamos mesmo?

Seguindo os passos de Black Mirror: Bandersnatch (2018), a Netflix acaba de adicionar em seu catálogo um romance interativo chamado “Choose Love” (“As Escolhas do Amor” no Brasil)

Aqui nós podemos definir o destino de Cami Conway (Laura Marano) e ajudá-la na escolha entre 3 interesses amorosos: Paul (Scott Michael Foster), seu namorado atual, Rex (Avan Jogia), uma estrela musical e Jack (Jordi Webber), um amor antigo da adolescência.

As Escolhas do Amor é bom?

Para responder essa pergunta, primeiro precisamos levar em conta o que nos foi prometido.

O fator interativo está lá e nós podemos escolher diretamente as atitudes da personagem principal.

Portanto, falar que não gostou do final seria o mesmo que dizer que odiou um sanduíche do Subway que você montou e escolheu cada um dos ingredientes, certo?

Talvez! Mas muito além das nossas escolhas, podemos também falar sobre a construção do enredo.

Sim, nossas escolhas são importantes, mas, se ignorarmos o fato de que nós apertamos um botão aqui e ali, aquele roteiro faria sentido se fosse entregue daquela forma?

Questiono cada uma dessas coisas antes de expressar minha opinião, pois quero levantar um debate sobre a nossa interferência e até em qual ponto ela se torna relevante.

Afinal, todos os caminhos estão pré-construídos e nós só estamos escolhendo “direita ou esquerda”. Dito isso, vamos ao filme!

A primeira cena deste filme serve como uma boa síntese de tudo que irá acontecer, nossa personagem principal, Cami, faz uma consulta com uma cartomante e as cartas mostram como sua vida terá várias reviravoltas e tudo dependerá das escolhas que ela fará pelo caminho.

Há também uma quebra da quarta parede que é feita diversas vezes em outros momentos do filme, suficiente para mostrar como seremos trazidos pra dentro do filme e indicar que a personagem sabe que nós estamos no comando.

O ponto central dessa reviravolta se encontra em sua vida amorosa. Em um relacionamento estável há 3 anos, Cami ainda sente que falta algo em sua vida. E se depender do que as cartas dizem, em breve irá sobrar algo: pretendentes.

Minutos depois de sermos introduzidos à seu namorado de longa data e a dinâmica de relacionamento de Paul e Cami, nós conhecemos Jack.

Jack é um amor antigo de Cami, eles namoraram durante a adolescência e ele foi embora para a Guatemala, ajudar as pessoas. Agora ele está de volta e, por coincidência do destino, trabalha na escola da sobrinha de Cami.

Nosso terceiro pretendente é introduzido algumas cenas depois. Uma de suas músicas está sendo mixada no estúdio em que Cami trabalha e em um “meet-cute” ela o ajuda a fazer café em uma cafeteira complicada.

Parte de um bom romance mora na química entre personagens e atores, infelizmente, nesse filme é um pouco difícil ver essa química.

São três possibilidades e nenhuma delas parece interessante o suficiente para ficarmos investidos no momento de escolha. Nenhum dos casais é convincente o suficiente.

Para mim, de todos, o que menos me causou interesse foi Jack. O primeiro encontro deles não convence o suficiente para que eu queira ver mais da interação entre os dois.

Dito isto, como uma boa fã de Austin e Ally, aproveitei minha oportunidade de juntar a Laura Marano com um cantor loiro de jaqueta vermelha (quem sabe, sabe rs).

Para ver qual valia mais a pena, eu fiz os 6 finais e posso dizer que a sensação que ficamos é a mesma que Cami tem no início do filme: falta algo.

O filme não parece ser bem amarrado, o que deixa alguns espaços que nos transmite a sensação de uma trama vazia.

Também não nos importamos o suficiente com os personagens para celebrar alguma mudança.

E para completar, alguns finais são tão rápidos de serem alcançados, parece até brincadeira.

O conflito, não convence no argumento. A experiência que eu tive, é que eles focaram muito nas escolhas do personagem que foi mais desinteressante para mim e, por isso, quando alcancei meu final, pareceu apressado e jogado.

Concluindo

Esse é um filme mediano que oferece uma experiência mediana.

Se o futuro do cinema em streamings for a interatividade, então os roteiristas precisam achar formas de amarrar melhor as consequências das escolhas e deixar a trama completa.

Por enquanto, é só uma “diversãozinha” a toa, um conceito de: uau, eu posso fazer meu próprio filme.

Mas volto a perguntar: será que pode mesmo?

Veja o trailer:

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