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Besouro Azul

O diretor Ángel Manuel Soto em entrevista para Variety falou sobre a metamorfose corporal apresentada em seu novo filme “Besouro Azul” e disse que chegou a se questionar como poderia fazer “Cronenberg para crianças”.

David Cronenberg, tem algumas das ficções científicas mais conhecidas que abordam essas transformações corporais e produções que envolvem infecções e tecnologia.  

Mas nem o clássico remake de “A Mosca” (1986) de Cronenberg, nem o seu irmão mais velho de 1958 dirigido por Kurt Neumann, construíram uma história em que o desenvolvimento é atropelado por desdobramentos pouco emocionantes e com soluções tão previsíveis.

Se levarmos em conta um direcionamento “para crianças” para além da transformação figurativa menos assustadora dos personagens em relação aos filmes anteriormente citados, digamos que os “baixinhos” merecem mais respeito.

Acontece também que “Besouro Azul” diferente dos personagens desses outros filmes é um super-herói, sendo o terceiro Besouro Azul da DC Comics e o primeiro a ganhar filme.

Xolo Maridueña assume a pele de Jaime Reyes um jovem pobre de origem mexicana que em busca de melhores oportunidades busca emprego na Industria Korb, se aproximando de Jenny Kord (Bruna Marquezine).

Ele acaba aceitando guardar o escaravelho que ela roubou da tia Victoria Kord (Susan Sarandon). Ao chegar em casa ele acata um pedido da família e acaba abrindo a caixa que ela confiou a ele, e por fim, ao ser atacado pelo escaravelho ele se torna o Besouro Azul. Pronto para seguir sua jornada de herói.

O roteiro demonstra esforço para provar que é um filme feito por latinos. Enquanto os atores esperam ansiosamente para finalmente colocarem para fora qualquer referência latina que pareça engraçada ou surpreendente, a direção explora os trejeitos e interações entre os personagens de forma exagerada. O roteiro acaba perdido entre firmar a personalidade dos personagens em relação suas raízes e citar elementos conhecidos por um público anglo-saxão o que deixa tudo muito repetitivo.

Sobram muitos Chapolins e Marias do bairro com suas trapalhadas e dramalhões, falta espaço para vilões mais enérgicos. Talvez fosse essa a deixa correta para as novelas mexicanas entrarem em ação. Já pensou Soraya Montenegro com suas tarântulas, Catarina Creel com um tapa olho e um cabo de telefone nas mãos, até um embate contra Tripa Seca daria mais emoção ao filme.

Enfim, o que não pode ser esquecido no desfecho de tudo isso é o final feliz. Quando o rapaz pobre cai de amores pela menina rica só resta a todos cantarem em coro: “Ya mucha honra Maria La Del Bairro soy”. Ah, se não fosse essa cena final… Nós nem lembraríamos que essa referência estava inserida por todo o filme.

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