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Fale Comigo

Pensa numa festa daquelas, são luzes que piscam, são pessoas bebendo e conversando, música no talo. Aparentemente estamos prestes a presenciar uma noite que será inesquecível, a começar pela presença atormentada de um jovem, a câmera o acompanha sem direção, meio desequilibrada, ele está perguntando pelo irmão a todos que encontra pelo caminho, é um início frenético, que exala desespero, e nos deixa apreensivos já nos primeiros instantes do filme.

O jovem arromba uma porta, encontra o irmão e o traz para fora, eis que o irmão puxa uma faca o assassina; gritos; correria; todos querem sair dali. Transtornado ele vai para lado de fora da casa, ao fundo alguns que não conseguiram fugir olham em sua direção com aquela agonia de quem sabe que pode ser o próximo, eles se movem, mas não sabem se vão ou ficam, mas o garoto até a pouco desaparecido empunha uma faca, e desfere um golpe mortal contra si.

Entre uma morte e outra a diferença de tempo é de segundos, mas para quem está prestes a ser o próximo ou em frente a uma tela afoito, se preparando pra ver o desdobramento dessa situação, parece uma eternidade. Fim de festa, mas um inicio de filme de arrepiar.

Passado o prólogo somos apresentados a alguns personagens como a adolescente Mia (Sophie Wilde) uma moça com um relacionamento frio com o pai e que ainda vive a sombra do suicídio da mãe, além dela, sua amiga Jade (Alexandra Jensen) e o irmão mais novo de Jade, Riley (Joe Bird), vão a uma reunião de amigos e são a apresentados a uma mão mumificada com poderes, eles a usam para entrar em contato com espíritos. Basta acender uma vela, segurar a mão e dizer “fale comigo” e então concluir “eu deixo você entrar” e aí está feito. Espíritos possuem os corpos.

Os jogos envolvendo essa mão nos levam por cenas que nos fazem sentir um emaranhado de sentimentos que vão do nojo até o ódio. Em uma das partes mais angustiantes do filme um dos jovens no momento de possessão se contorce e todos ao seu redor ao invés de ajudá-lo preferem gravar de seus celulares aquele garoto em uma cena humilhante que envolve bestialidade. É  um momento que gera revolta e revela a perversidade de todos presentes, que continuam gargalhando e registrando todo aquele sofrimento.

Todo esse deleite dos personagens com a dor do outro, em compartilhar todos aquele ritual de sofrimento de seus aparelhos telefônicos impossibilita o espectador a ficar indiferente com aquelas cenas.

Em outros momentos, o filme traz imagens fortes de autoagressão em que Riley arranca os próprios olhos e bate a cabeça nos móveis desfigurando seu rosto, até uma “zumbi” podólatra aparece. Nas seções de filme de horror “Fale comigo” está junto daqueles que exploram sentimentos incômodos. Repulsa, abominação, mal-estar, aflição são algumas reações que você pode sentir durante a exibição do filme ou tudo isso ao mesmo tempo.

Conhecidos no Youtube por seus vídeos de horror com uma pitada de comédia os irmãos Philippou provam que em sua estréia no cinema a coisa está começando a ficar é um pouquinho mais séria.

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