Visitando Clássicos | O Anjo Azul
O Anjo Azul (Der blaue Engel) – 1930
Direção: Josef von Sternberg
Roteiro: Carl Zuckmayer, Karl Vollmöller, Robert Liebmann (baseado na novela de Heinrich Mann)
Elenco: Emil Jannings, Marlene Dietrich, Kurt Gerron, Rosa Valetti, Hans Albers, Reinhold Bernt, Charles Puffy
Onde buscas o anjo sou mulher
Nem precisou iniciar as gravações e Marlene Dietrich já era Lola-Lola por completo.
Já nos testes a atriz muito à vontade deslumbrou a equipe do filme com sua postura firme. Especialmente ao testar um numero musical ao lado de um nervoso pianista. Ele errou uma nota e ela não se intimidou. O repreendeu e continuou normalmente, incorporando aquela situação a cena.
Assim, ela demonstrava que estava pronta para interpretar com maestria uma mulher provocante e autoritária que sabe o que pode e o que quer.
Fatal e sedutora, a personagem popularizou a atriz em Hollywood e abriu as portas para que ela se instituísse como umas das estrelas mais expressivas e admiradas de todos os tempos.
“O Anjo Azul” foi só a primeira de seis parcerias entre Dietrich e o diretor Josef Von Sternberg ao longo da década de 1930.
E como isso ficou?
O enredo conta a história de um professor, Immanuel Rath (Emil Jannings), que vai até o cabaré “O Anjo Azul” para dar uma lição em seus alunos que frequentam o local e acaba apaixonado por uma das artistas da casa.
Ver o fio moral que conduzia um sério professor sendo desfiado pela fascinação do contato com uma mulher libertina é angustiante. Um homem que se entrega sem qualquer medo da humilhação e faz do que poderia ser uma história de um grande encontro em uma ruína desregrada que o leva de volta ao mesmo lugar só que agora no fundo do poço.
A entrega que o casal de protagonista demonstram em cena já faz valer a pena, isso associado a um belo trabalho de sonoplastia deixa tudo ainda mais intenso.
e isso quer dizer que…
Para quem tem curiosidade de saber o que levou Dietrich ao estrelato e quer conhecer mais sobre algumas referências que marcaram o cinema por toda sua trajetória, especialmente na construção de personagens femininas, essa é uma boa pedida.