Visitando Clássicos | A Noviça Rebelde
Apesar de sempre falar ao mundo sobre o quanto amo cinema e temas relacionados à sétima arte, sou uma pessoa falha quando o assunto é filmes clássicos.
Tenho pouca memória de filmes aclamados e conceituados que já assisti, o que me leva a crer que de fato não devo ter visto nenhum.
Durante minha pós em cinema, a ideia de criar uma lista com filmes clássicos e comentados por todos surgiu. E, just like that, eu teria um roteiro do que consumir para ganhar a carteirinha de cinéfilo oficial (brincadeirinha, risos).
Começando com A Noviça Rebelde (The sound of music, 1965), posso dizer que, felizmente, escolhi um ótimo filme para começar minha maratona.
Qual a história?
No fim dos anos 30, Maria (Julie Andrews) é uma jovem travessa que vive em um convento e pretende se tornar freira. Por conta da sua falta de compromisso e seu “espírito livre”, ela acaba sendo realocada para trabalhar na casa do Capitão Von Trapp (Christopher Plummer) e cuidar de seus sete filhos.
A família Von Trapp é uma família bem peculiar, as crianças são criadas sob a rigidez do pai. Cada uma responde por um assovio militar, elas não possuem horário ou permissão para brincar e devem obedecer todas as regras da casa.
O filme tem tramas intermediárias que interferem diretamente no desenvolvimento do relacionamento Maria x os Von Trapp, como a paixão da filha mais velha pelo carteiro, o relacionamento do Capitão com uma Baronesa, mas não há como focar nesses detalhes sem revelar demais da trama.
Aos poucos vemos essa relação e essa rigidez se dissipando e aprendemos que, por baixo de tantas regras, o que sobra é amor e preocupação com cada um de seus filhos.
O filme tem como pano de fundo, o clima de início da Segunda Guerra Mundial e o Nazismo. Esses dois elementos tem interferência direta no decorrer e no final do filme, mas não são tratados com tanta profundidade ou com detalhes, nossa mente preenche as lacunas com o que aprendemos por anos nas aulas de história.
Vale a pena assistir?
Antes de mais nada, acho importante pontuar que esse filme é um filme musical, portanto, se esse é não um dos seus favoritos, talvez para você não seja uma experiência tão legal.
A Noviça rebelde é o tipo de filme que conversa por meio da música, e não poderia ser diferente, afinal a história é baseada na história real do grupo “The Trapp Family“.
Do meu ponto de vista, esse é um filme em que não podemos considerar a história, sua beleza e seus detalhes, sem considerar as canções inseridas aqui e ali.
Acredito que valha muito a pena assistir, para contemplar o filme em sua pura forma de arte e ter um gostinho do cinema antigo.
MAS se você for do tipo que se irrita quando o casal começa a cantar antes de se beijar, definitivamente, este filme não é pra você.
É muito interessante ver como as relações entre Maria e as crianças acontece. Assim como o amor entre ela o capitão nascendo.
A Noviça Rebelde é um suspiro de alívio em meio de crises, um filme repleto de positividade que passa uma mensagem de que tudo vai ficar bem se você enfrentar a vida com alegria.
Pode não ser de forma clara, mas essa mensagem está ali. Mesmo nos momentos de maior tensão, a familia continua unida e contente.
Talvez a história soe clichê e remeta a muitos outros filmes que vieram depois, mas é importante lembrar que foram esses filmes que construíram ou ajudaram a construir o amplo universo do cinema atual.
Uma coisa que me diverte quando assisto algum filme clássico é o “click” que meu cérebro faz quando identifica uma cena que serviu de referência para algo contemporâneo.
Por exemplo, o cenário de A Barraca do Beijo (Netflix, 2018) é “inspirada” no Gazebo onde Liesl (Charmian Carr) e Rolf (Daniel Truhitte) dão seu primeiro beijo durante A Noviça Rebelde.
A estrutura tem bastante semelhança, um casal está tendo um momento, uma chuva se inicia. Eles correm para se esconder da água em um belo gazebo e depois de um diálogo (ou música) eles finalmente se beijam.
Se eu não tivesse assistido o filme, talvez nunca teria pego essa referência.
Detalhes assim sempre tornam minha experiência mais divertida e me fazem querer buscar por outras obras a serem consumidas.
E é por isso, que o próximo filme dessa minha nova aventura já está decidido.
Mas, por enquanto, me despeço ao melhor estilo: So long, farewell, Aud wiedersehen, adieu.
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