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Sorria! (ou chore pelo dinheiro gasto)

Domingo de votação, para escapar do terror das eleições, um passeio em família para assistir ao novo filme da Paramount parecia uma ótima ideia. E seria, se esse filme não fosse ruim.

Uma terapeuta viciada em trabalho passa por um evento traumático: uma paciente comete suicídio com um sorriso arrepiante nos olhos. Esse evento desencadeia uma sequência de alucinações e acontecimentos assustadores.

Smile traz em seu roteiro um foco curioso, os sorrisos que oferecemos aos montes durante a vida se transformam em uma ameaça mortal, um chamado do desconhecido capaz de enlouquecer as mentes mais sanas.

Apesar de apresentar uma premissa que se leva a sério e tenta ser original, o filme acaba descansando na mesmice já conhecida do gênero, os jump-scares são adicionados gratuitamente apenas com o intuito de fazer os telespectadores se movimentarem na cadeira.

A valorização dos sustos fica ainda mais clara durante as transições de cenas. Telas totalmente pretas que duram de 3 a 5 segundos e são substituídas por um barulho estridente e um corte dinâmico de algo saltando na tela. A protagonista aterrorizada por uma força maligna esquece 95% do tempo que lâmpadas e interruptores existem, está sempre escuro e a câmera sempre se move lentamente em direção ao desconhecido.

Quando tentamos entender o que está causando tanto terror, a informação é posta de forma preguiçosa e pouco aprofundada, deixando uma perspectiva vazia para assistirmos.

No entanto, não posso ser hipócrita e dizer que o filme não tenta ao menos ser algo. É clara a analogia do sorriso forçado com as máscaras que usamos no dia a dia para esconder o que sentimos. Uma crítica ao nosso ato de negar nossos sentimentos e não lidar com nossas experiências traumáticas.

É uma pena que tudo isso acaba sendo deixado de lado em uma pobre execução e um roteiro repleto de promessas nunca cumpridas.

No terceiro ato do filme a coisa se perde ainda mais, a caracterização do vilão é caricata e mal executada, trazendo até graça para o que deveria ser assustador.

Uma menção de honra para uma das cenas finais que faz uma homenagem (ou “copia, mas não faz igual) a clássica cena de A Possessão de Deborah Logan (2014).

Nas considerações finais, o roteiro de Parker Finn é pouco memorável, porém uma experiência divertida para quem gosta de se assustar.


  • Título: Smile
  • Roteiro e Direção: Parker Finn
  • Ano de lançamento: 2022
  • Nota: 2.5/5
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